De modo geral, quando se fala de amor, é em conexão com erotismo. Conexão esta com uma ambigüidade que se centra na tensão entre a animalidade e o espírito, entre a carnalidade e a alma. É a partir de tal “poder” que o erotismo une seres frágeis e bipartidos, na esperança de se tornarem em um ser único e poderoso. Poder de gerar senso crítico, de contestar o habitual na busca de fragmentar o cotidiano estático. Essa característica de contestação e senso crítico apurado que o erotismo possui é o fator que determinou na história da civilização sua censura e proibição. Podemos identificar isso em alguns mecanismos de repressão ao erotismo nas sociedades ocidentais, principalmente em sociedades com regimes autoritários, já que o erotismo tem grande poder de influenciar e de tornar o indivíduo crítico. Crítico principalmente com quem o governa e detém o poder do veto. Além do mais, o erotismo aproxima o homem do belo, da perfeição da natureza, na busca pela totalidade. Para continuar o raciocínio, precisamos definir o que é belo: belo é a ligação com o divino, é a sensação de prazer quando se lê, vê ou escuta algo agradável. Para ROCHA, “ O belo – para o ensaísta Ápio Campos – é conseqüência da recriação artística da realidade, da fraternização do artista com Deus.” (ROCHA, omline, 2000, p.66)
Então, o erotismo encontra o belo para alcançar a totalidade, ao mesmo tempo que possui um senso crítico. Com isso, identificamos um outro processo social que possui também um rompimento com as leis estabelecidas e que busca o belo: é a arte. Para CASTELO BBRANCO, “Outro desses processos, e talvez o mais Poderoso, porque menos facilmente manipulável e, por isso, mais ameaçador à ordem social, é a arte.” (CASTELO BRANCO, 1987, p.12)
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